quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Jornais com conteúdo bloqueado - O tiro saindo pela culatra

Quando os jornais chegaram à internet tudo se falou. Será o fim do jornal em papel? Como ficará a imprensa do futuro? E as assinaturas? O online irá interferir no offline?

Muitas questões foram levantadas e cada jornal foi seguindo o seu caminho. Muitas propostas e modelos foram sendo apresentados com o decorrer evolutivo da internet. Porém, uma questão parecia crucial para todos: liberar totalmente o conteúdo online ou não?
Alguns optaram por uma liberação parcial, outros pela liberação total.

Hoje, o The New York Times deu o sinal definitivo que pode responder a essa pergunta. Depois de anos com conteúdo bloqueado, o gigante americano vai liberar totalmente suas páginas digitais.

Para mim, confesso que essa situação já era clara faz tempo. Em uma época onde a colaboração e a troca de conteúdos é regra mundial, optar por uma posição restritiva só diminui o poder comercial, político e de marca de uma empresa.

Em nossa era, a real era da internet, quem manda são os usuários. Conquistá-los sim, praticar imposições jamais. A cada muro eles encontram um jeito. A cada bloqueio eles descobrem um desvio. E em termos de negócios, esses jeitos e desvios significam o afastamento da empresa que impõe a restrição.

Acontece naturalmente. Aconteceu comigo. Quanto mais bloqueios eu encontrava em um site, menos eu o visitava.
A informação eu encontrava em outro lugar e do site com limitações eu nem me lembrava mais. Com o tempo, sua cabeça nem considera mais teclar aquele domínio. E essa marca perde a importância para você. Inclusive no offline, pois você não está mais habituado a ela.

Um jornal com bloqueios vende menos no offline e deixar de faturar no online. Dinheiro no online significa tráfego, visitação, número de usuários. Sem isso, não há dinheiro, nem valor.

O New York Times sacou isso agora. Será que vai dar tempo? Talvez, eles são muito grandes mesmo. Só posso dizer que eles não são minha principal fonte de consulta. Vão ter que me reconquistar. Vão ter que reconquistar uma posição no mundo digital.

É besteira travar o conteúdo. O jornal que eu assino tem o conteúdo livre e mesmo assim não dispenso a minha assinatura, pois ela me confere uma série de produtos adicionais que não são encontrados no campo do online. Ou seja, é preciso criatividade de marketing apenas para que os dois segmentos mantenham a sua atratividade e o bom faturamento.

Lógico, ainda temos alguns veículos com conteúdo totalmente bloqueados que irão se manter assim por mais tempo. São veículos mais técnicos, sem tanta concorrência, que ainda podem se dar a esse luxo. Como é o Valor Econômico por exemplo. Mas mesmo assim, a liberação de conteúdos é uma tendência que acredito irá se firmar. Graças ao poder do usuário.

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